quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pomba-Gira

Pomba-Gira
Maria Padilha

A Pomba-Gira ou Pombajira é um Exu-fêmea. Tal como os Exús, as Pombas-Giras são espíritos em evolução, que já viveram entre os humanos, e que aprendem sobre a vida através de nossa própria vida, enquanto aguardam a sua vez de reencarnar. Os espíritos mais evoluídos são chamados por outro nome. Assim a Pomba-Gira passa a ser chamada de Lebará.

Zaira Male era uma bruxa, que fundou a sociedade “Mulheres de Cabaré Damas da Noite”, local onde as mulheres da “noite” se reuniam, recebiam os homens a quem davam prazer, mas não só. Esse local permitia-lhes reunir-se para aprender a magia, encantos e feitiços, para conseguir obter dos homens tudo o que queriam.

Zaira Male transmitiu ás suas aprendizes o culto ás outras que morressem. Assim nasceu o culto da Pomba-Gira. As antigas, as anciãs incorporavam no corpo das mulheres novas com capacidades mediúnicas para as receber, e transmitir as suas mensagens. Essas mensagens podem ser das mais variadas, no entanto o objectivo principal é o conhecimento da magia e dos encantamentos, que permitirá ás mulheres saber como conquistar o homem amado.

As Pombas-Giras são Exús fêmeas ligadas á sexualidade e á magia, tendo várias áreas de domínio: amor, sexo, sentimentos.

As Pombas-Giras têm um nome cabalístico: KLÉPOTH.
E cada uma atende por um nome diferente: rainha das 7 catacumbas, Maria Padilha…

Maria Padilha é uma das principais entidades da Umbanda e do Candomblé, da linha da esquerda, sendo também conhecida por Dona Maria Padilha, e considerada a Rainha das Pombas-Giras. É a Rainha do Reino da Lira, Rainha das Marias.
É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer, como é conhecido nas Kimbandas.
Ela é vista como o espírito de uma mulher muito bonita e sedutora, que em vida teria sido uma fina prostituta ou cortesã influente.

Maria Padilha é uma Pomba-Gira poderosa capaz de auxiliar em problemas de amor, saúde, afastar indesejáveis, desmanchar feitiços.
As mulheres que trabalham com esta entidade têm uma personalidade muito forte e são geralmente extremamente sensuais e atraentes. Amam como ninguém, mas se forem traídas facilmente odeiam seus parceiros amorosos.
Maria Padilha é a protectora das prostitutas. Gosta do luxo e do sexo. Suas roupas são geralmente vermelhas e pretas, usa uma rosa nos seus longos cabelos negros. É uma Pomba-Gira que gosta de festas e dança.

Os seus dons: dom do encantamento de amor.

As suas oferendas são: cigarros, champanhe, rosas vermelhas em número ímpar, jóias, cosméticos, espelhos, mel, licor de anis.

Os seus trabalhos são geralmente despachados em encruzilhadas em “T”.

Os sacrifícios a oferecer-lhe: galinha vermelha, cabra, pata preta.

A saudação a Exú: Laroyê, Exu! (“Salve, Exu!”)

Maria Padilha, tem vários nomes:

- Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da Kalunga;

- Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas;

- Maria Padilha Rainha dos Infernos;

- Maria Padilha Rainha das Almas;

- Maria Padilha das Portas do Cabaré;

- Maria Padilha Rainha das 7 facas;

- Maria Padilha Rainha da Figueira…

O maior segredo para pedir e obter o que pedir para Maria Padilha, está na fé nela e no respeito por ela.

ORAÇÃO A MARIA PADILHA

São 12 horas em ponto e o sino já bateu. Sei que nesta hora, pela força do vento a poeira vai subir, e com ela também subirá todo o mal que estiver no meu corpo, no meu caminho e na minha casa. Tudo se afastará da minha vida. É com a força e Axé de Maria Padilha que meus caminhos, a partir deste momento, em que os ponteiros se separam, estarão livres de todos os males materiais e espirituais, pois a luz que clareia o caminho de Maria Padilha também há-de clarear os meus caminhos, para isso estarei sempre na posse desta oração.
CANTIGAS A MARIA PADILHA

Abre essa tumba quero ver tremer,
Abre esse tumba quero ver balançar,
X2
Maria Padilha das Almas,
O cemitério é o seu lugar.

É na Calunga que a Maria Padilha mora
É no barranco que a Maria Padilha vai girar.
X2
Maria Padilha das Almas
O cemitério é o seu lugar.

Exu Maria Padilha
Trabalha na encruzilhada
Toma conta, presta conta…
No romper da madrugada.
Pomba-Gira minha comadre
Me proteja noite e dia
Trabalhando nas encruzilhadas
Com suas feitiçarias.

Maria, Maria Padilha Ela é…
Uma mulher faceira
Que trabalha á Meia Noite
E também a madrugada inteira.
Sete rosas encarnadas
Vou levar para essa Maria
Para afastar de mim,
Toda a feitiçaria.
Maria, Maria Padilha Ela é.

Ela é Maria Padilha
Da sandalinha de pau
Ela trabalha pró bem
Mais ela trabalha pró mal
Oia pombajiré, oia pombajirá, oia pombajirá

De onde é que Maria Padilha vem
Aonde é que Maria Padilha mora
Ela mora na mina de ouro
Onde o galo preto canta
Onde criança não chora.

O povo dos Infernos é quem vai levar
Levar o que não presta pró além mar
Exu Rei da Lira é Lúcifer!
Maria Padilha…
Rainha Exu mulher!

Moça me dá
Um cigarro do seu
pra eu fumar
Que nem dinheiro eu tenho pra comprar
x2
Vivo sozinho
Vivo na solidão
Maria Padilha me dê
A sua protecção

Cemitério é praça linda
É lugar pra passear
Cemitério é praça linda
É lugar pra passear
Numa catacumba branca
Maria Padilha mora lá
Mora lá, mora lá,
Maria Padilha mora lá,
Mora lá, mora lá,
Maria Padilha mora lá,

Com uma rosa e uma cigarrilha
Maria Padilha já chegou,
E na Kalunga
Ela é Rainha
Ela trabalha com muito amor
Sete cruzeiros da Kalunga
É a morada dessa mulher
Ela é!
Maria Padilha,
Rainha do Candomblé…

Quem não me respeitar
Oh! Logo se afunda
Eu sou Maria Padilha
Dos 7 cruzeiros da Kalunga

Moço, você conhece aquela moça
Que trabalha no escuro
Olhando osso,
Osso por osso,
Dente por dente,
Dia trás dia,
Hora trás hora
Ela é Maria Padilha
Ela é Maria Mulher,
Ela trabalha na Figueira,
Por ordem de Lúcifer.

Caminhou por toda a Terra
Na kalunga ela ficou
Lá na Encruza ou lá na rua
Ela é …
Camarada sua,
Maria, Maria Padilha Ela é.

Maria Padilha já chegou
Trago pra Ela uma linda flor
Festa no Terreiro, festa no gongá,
Chegou Maria Padilha para todo o mal levá.

Maria Padilha,
Soberana da estrada,
Rainha da encruzilhada,
E também do candomblé,
Suprema é uma mulher,
de negro,
Alegria do Terreiro,
Seu feitiço tem axé,
Mas ela é, ela é,
Ela é…
A Rainha da Encruza,
A mulher de Lúcifer.

A Padilha não brinca,
Ela não é brincadeira não,
A quem mexe com ela fica maluco
Vira defunto e se torna caveira
E depois de caveira vira poeira
E vai morar com Exu Caveira.

Maria Padilha
Rainha do Candomblé
Firma Curimba
Que tá chegando mulher.
Maria Padilha é…
Rainha do Candomblé
Maria Padilha mora,
Nas portas de um cabaré.

Maria Padilha
Trás linda figa de ouro
Oi saravá Rainha linda de quimbanda
Sua protecção é um tesouro!

Quando eu toco tambor
Eu só toco pra Ela
Seu olhar é sereno
Seu olhar me fascina.
Ela vem girando na linha das Almas
É a Maria Padilha.

“Laroyê Maria Padilha!”

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

IEMANJÁ

IEMANJÁ (iya: “mãe”; omo: “filho”; eja: “peixe”).


A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a rainha das águas salgadas, considerada como mãe da maioria dos orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também de deusa das pérolas, é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento de nascimento.
Essa força da natureza também tem papel muito importante em nossas vidas, pois é ela reger nossos lares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos. Rege as uniões, os aniversários, as festas de casamento, todas as comemorações familiares. É o sentido da união por laços consangüíneos ou não.
Numa Casa de Santo, Iemanjá atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmão para irmão em pessoas que a bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Babalorixás (Pai de Santo) ou Ialorixás (Mãe de Santo) com os Omorixás (Filhos de Santo).
A necessidade de saber se aquele que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Iemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.
É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo do seu reino. É ela quem controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o maremoto. Protege a vida marinha.
Filha de Olokum e mãe da maioria dos orixás. Sua cor é branca, associada ao orixá Oxalá; juntos teriam feito a criação do mundo. É proveniente de uma nação chamada Egbá, na Nigéria, onde existe um rio com o mesmo nome do orixá.
Exu, seu filho, se encantou por sua beleza e tomou-a à força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, e bravamente Iemanjá resistiu à violência do filho que, na luta, dilacerou os seios da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu “caiu no mundo” desaparecendo no horizonte.
Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokum e ao criador Olorum. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo dando origem aos mares. Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros na corte.
YEMONJÁ

É uma belíssima ninfa negra de grandes e belos seios desnudos e volumosos, aparece sempre com uma vestimenta da cintura para baixo, nas cores azul e branca, com um adorno em forma de coroa, chamado Akoro, mas conhecido como Adê, na cor prateada, tendo nos braços braceletes de prata e idés, em suas mãos um leque de prata em forma de peixe, chamado de Abebè e uma espada chamada de Kupanga Omyi Benbe ou Lidá, demonstrando assim as riquezas encontradas nas águas profundas do mar. Divindade das águas salgadas.


QUALIDADES



YEMUO

É a primeira, a mais velha e esposa de Xangô. Veste branco e cristal

YIAMACÈ ou YIAMACI-MALÉ

É a segunda, mãe de xangô e Oxumaré. Esposa de Orannian e muito festejada durante as festas consagradas a seu filho Xangô. Suas contas são brancas leitosas, rajadas de vermelho e azul.

YINAÉ ou MALELE

É a terceira, aquela que os filhos sempre serão peixes, também conhecida como Maribó, mora nas águas mais profundas, é a sereia, ligada a reprodução dos peixes, vem sempre a beira mar apanhar sua oferendas. Ligada a Oxalá e a Exú.

OGUNTÉ

É a quarta, espôsa de Ogun Alakibebé, mãe de Ogun Akoro. Ogunté quer dizer aquela que contém Ogun. Vive perto das praias, no encontro das águas com ás pedras. Traz na cintura um facão e todas as ferramentas que Ogun usa, penduradas em sua vestes. Sua maior quizila é a pata.
Come carneiro e todos os bichos machos, castrado na hora do sacrificio. Come com seu filho Ogun nos campos e caminhos. Veste azul marinho e branco cristal ou verde e branco (nas casas de jeje não come carneiro).

OLOSSÁ

É a quinta. Come com Osún e Nanan. Veste verde claro e sua contas são branco cristal. Come carneiro castrado na hora do sacrificio (nas casas de jeje não se copa carneiro).

ASAABÁ ou SOBÁ

É a sexta.É velha e manca da perna esquerda, devido uma luta com Exú. Muito rabujenta e traiçoeira, fala de costas,fia as roupas de Oxalá e comanda ás camadas profundas do mar. Foi casada com Orumilá IFÁ e usa uma corrente de prata no tornozelo, come pata e tem pavor de carneiro, come junto com Omolú,Osún Karé e Oxalá.

YIASESSU ou SESSU

É a sétima. É a mensageira de Olóòkun, o deus do mar. Vive nas águas sujas do mar e é muito esquecida e lenta. Come com Obaluwàiyé e Ogun. Veste verde água e suas contas branco cristal. Come pata e carneiro castrado na hora do sacrifício(na nação jeje não come carneiro).

AKURÀ

É a oitava. Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro, come com Nanan, veste o verde água e contas iguais.

AYIO

É a nona. Muito velha e veste sete anáguas para proterger-se. Vive no mar e descansa na lagoa. Come com Osún e Nanan.
SUAS FOLHAS

Erva prata, macassá, capueraba branca e azul, umbúba, oxibata, altéia, arassá da praia, colõnia, condessa, graviola, erva de santa luzia, mãe boa, lágrima de Nossa senhora, pata de vaca e a principal que é o papo de peru.
Iemanjá, cujo nome deriva de Yèyé omo ejá (“Mãe cujos filhos são peixes”), é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. As guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokutá, no início do século XIX. Evidentemente, não lhes foi possível levar o rio, mas, em contrapartida, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do àse da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Yemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún, o deus do ferro e dos ferreiros, contrariamente à opinião de numerosos que escreveram sobre o assunto no fim do século passado. Não nos deteremos nas extravagantes hipóteses do Padre Baudin, retomadas com entusiasmo pelo Tenente-Coronel Ellis e outros autores. Daremos, porém, em notas um resumo destes textos.
O principal templo de Iemanjá está localizado em Ibará, um bairro de Abeukutá. Os fiéis desta divindade vão todos os anos buscar a água sagrada para lavar os axés, não no rio Ògùn, mas numa fonte de um dos seus afluentes, o rio Lakaxa. Essa água é recolhida em jarras, transportada numa procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeira(ère) e um conjunto de tambores. O cortejo na volta, vai saudar as pessoas importantes do bairro, começando por Olúbàrà, o rei de Ibará.
Iemanjá seria filha de Olóòkun, deus (em Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Numa história de Ifá, ela aparece “casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei de Ifé,…Iemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao Oeste. Outrora, Olóòkun lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois “não se sabe jamais o que pode acontecer amanhã”, com a recomendação de quebrá-la no chão em caso de extremo perigo. E assim, Iemanjá foi instalar-se no “Entardecer-da-Terra”, o Oeste. Olofin-Odùduà, rei de Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Iemanjá, em vez de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para Okun, o oceano, lugar de residência de Olóòkun (Olokum).
Iemanjá tem diversos nomes, relativos, como no caso de Oxum, aos diferentes lugares profundos(ibù) do rio. Ela é representada nas imagens com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios mais que majestosos – ou somente um deles, segundo outra lenda – foi origem de desentendimentos com seu marido, embora ela já o houvesse honestamente prevenido antes do casamento que não toleraria a mínima alusão desagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal vivia feliz. Uma noite, porém, o marido havia se embriagado com vinho de palma e, não mais podendo controlar as suas palavras, fez comentários sobre seu seio volumoso. Tomada de cólera, Iemanjá bateu com o pé no chão e transformou-se num rio a fim de voltar para Olóòdun, como na lenda precedente.

                    Iemanjá no Novo Mundo

Iemanjá é uma divindade muito popular no Brasil e em Cuba. Seu axé é assentado sobre pedras marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul. O sábado é o dia da semana que lhe é consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro. Fazem-se oferendas de carneiro, pato e pratos preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola.
Diz-se na Bahia que há sete Iemanjás:

Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;

Iamassê, mãe de Xangô;

Euá (Yewa), rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn e que freqüentemente é confundido com Iemanjá em certas lendas;

Olossá, a lagoa africana na qual deságuam os rios.

Iemanjá Ogunté, casada com Ogum Alagbedé.

Iemanjá Assabá, ela é manca e está sempre fiando algodão.

Iemanjá Assessu, muito voluntariosa e respeitável.
Em Cuba, Lydia Cabrera dá sete nomes igualmente, especificando bem que apenas uma Iemanjá existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.

LENDA DE YEMONJÁ

Yemonjá, grande orixá das águas, era filha de Olokun, o senhor dos oceanos. Era possuidora de um grande instinto maternal, que fez dela mãe de dez filhos. Embora casada, não tinha grande apego por seu marido. Às vezes, pensava em deixá-lo, mas ele era um homem muito importante e poderoso, e não permitiria tal desonra. Yemonjá também pensava no bem-estar de seus filhos, não podendo deixá-los desamparados.
Seu marido usava o poder com tirania, inclusive com sua família, tornando a vida dela insuportável. Ela não agüentava mais se submeter aos caprichos de um homem que ela desprezava.
Ela procurou seu pai para aconselhar-se sobre a atitude que deveria tomar. No fundo, ela já estava decidida a fugir, mas precisava de seu apoio. Olokun não a recriminou, pois ela era uma soberana e, como tal, não poderia aceitar o jugo de ninguém. Ele, então, deu à sua filha uma cabaça com encantamentos, para que ela usasse quando estivesse em perigo.
Yemonjá colocou seu plano em prática, fugindo com todos os seus filhos.
Quando ela já estava bem longe de sua aldeia, viu que estava sendo perseguida pelo exército de seu marido. Pensou em enfrentá-los, mas eles eram muitos e seria uma luta desleal. Yemonjá odeia os confrontos, pela destruição que causam, já que é um orixá propagador de vida.
Quando se sentiu acuada, resolveu abrir a cabaça e pedir socorro ao seu pai. Do seu interior escoou um líquido escuro, que, ao tocar o chão, imediatamente formou um rio, que corria em direção ao oceano.
Foi nessas águas que Yemonjá e seu povo encontraram um caminho para a liberdade

ARQUÉTIPO

Tomamos emprestada a descrição do arquétipo de Iemanjá a Lydia Cabrera, sua filha, certamente a mais competente de todas aquelas que nos foi dado o prazer de conhecer: “As filhas de Iemanjá são voluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto”.


from → Vida de Santo

pai joaquim de angola

pai joaquim de angola

conhecedor das magias dos negros e , nesta época,totalmente condenável pela igreja católica.

Certo dia, uma criança, filha de um dos senhores, foi levada até Pai Joaquim para que fosse tratada de sua enfermidade.Ela apresentava sérios problemas de saúde.no início do tratamento, Pai Joaquim já sabia que ela lhe foi levada tarde demais e que seria quase impossível devolver-lhe a saúde tão esperada.
O senhor, pai da criança, disse que se Pai Joaquim não curasse de tal enfermidade, ele mesmo trataria de ordenar sua morte e que esta se daria com muito sofrimento.
Pai Joaquim, com todo seu conhecimento não pôde restaurar-lhe a saúde e a criança acabou desencarnando.
Após a dor da perda, o senhor imediatamente ordenou que o velho Joaquim fosse açoitado até a morte, para que dessa maneira todos os outros aprendessem com quem estavam lidando e que lhe adiantavam quaisquer outros meios de cura se não fosse pela tradicional.Os senhores das fazendas não tolerariam mais os atos de curandeiros, nem negros que detivessem o poder de manipular as magias que só eles conheciam.
Pai Joaquim foi açoitado por um dia inteiro, sem direito à qualquer alimento ou sequer um pouco de água.
Pai Joaquim deixou o plano terreno ao entardecer, quando a luz do sol já não lhe aquecia mais o corpo.
A criança cuja, enfermidade não foi possível curar hoje acompanha esse querido preto Velho em todos os trabalhos em que participa. Ela somente incorpora em médiuns que apresentam grande afinidade vibratória com Pai Joaquim e que estejam muito equilibrados durante o trabalho.Sua incorporação só é necessária quando determinada pelo Pai Joaquim.

fonte : ROB-Rede de Omolokô do Brasil

sábado, 4 de setembro de 2010

Vovó Maria Congá

Vovó Maria Congá

Sentada em um toco de madeira no terreiro contou, certa vez, alguns fatos de sua vida terrena.
Começou dizendo que só o fato de podermos conviver com nossos filhos é uma grande dádiva.
Naquele tempo as negras eram destinadas, entre outras coisas, a procriar, a gerar filhos que delas eram afastados muito cedo, até mesmo antes de serem desmamados. Outras negras alimentavam sua cria, assim como tantos outros “filhotes” foram alimentados pela Mãe Conga.
Quase todas as mulheres escravas se transformavam em mães; cuidavam das crianças que chegavam à fazenda, rezando para que seus próprios filhos também encontrassem alento aonde quer que estivessesm. Os Orixás africanos, desempenhavam papel fundamental nesta época. Diferentes nações africanas que antes guerreavam, foram obrigadas a se unir na defeza da raça e todos os orixás passaram a trabalhar para todo o povo negro.
As mães tomavam conhecimento do destino de seus filhos através das mensagens ds orixás. Eram eles que pediam oferendas em momentos dificeis e era a eles que todos recorriam para afastar a dor. Maria Conga teve que se utilizar de algumas “mirongas” para deixar de ser uma reprodutora, e assim, pelo fato de ainda ser uma mulher forte, restou-lhe a plantação de cana. A colheita era sempre motivo para muito trabalho e uma espécie de algazarra contagiava o lugar.
Enquanto as mulheres cortavam a cana, as crianças, em total rebuliço, arrumavam os fardos para que os homens os carregassem até o local indicado pelo feitor. Foi numa dessas ocasiões que Maria Conga soube que um de seus filhos, afastado dela quando já sabia andar e falar, era homem forte, trabalhando numa fazenda próxima.
Seu Coração transbordou de alegria e nada poderia dissuadi-la da idéia de revê-lo. Passou então a escapar da fazenda, correndo de sol a sol, para admirar a beleza daquele forte negro. Nas primeiras vezes não teve meios de falar com ele, mas os orixás ouviram suas súplicas e não tardou para que os dois pudessem se abraçar e derramar as lágrimas por tanto tempo contidas.
Parecia a ela que eles nunca tinham se afastado, pois o amor os mantivera unidos por toto o tempo.
Certa tarde, quase chegando na senzala, a negra foi descoberta. Apanhou bastante, mas não deixou de escapar novamente para reencontrar seu filho. Mais uma vez os brancos a pegaram na fuga, e como ela ainda insistisse uma terceira vez resolveram encerrar a questão: queimaram sua perna direita, um pouco acima da canela, para que ela não mais pudesse correr.
Impossibilitada de ver o filho, com menor capacidade de trabalho, a Vó Maria Conga passou a cuidar das crianças Negras e de seus doentes.
Seu Coração se encheu de tristeza ao saber que haviam matado seu filho quando tentava fugir para vê-la. Sua vida mudou, de alegre e tagarela passou a ser muito séria, cuidado do que falava até mesmo com os outros negros. Para as crianas contava histórias de reis negros em terras negras, onde não havia outro senhor.
Sábia, experiente e calada, Vovó Maria Conga desencarnou. Com lágrimas na alma ela acabou seu conto.
Disse que só entendeu a medida do amor após a sua morte. Seu filho a esperava sorrindo, guardião que fora da mãe o tempo todo em que aguardava seu retorno ao mundo dos espíritos..

POMBA GIRA CIGANA MENINA

POMBA GIRA CIGANA MENINA

Existem muitas entidades da linha de pomba-giras que são ciganas e meninas.

Mas eu vou falar de uma entidade específica que é conhecida como a ciganinha menina.

Esta entidade chegou ao mundo astral nos seus 14 anos de idade vítima de assassinato seguido de estupro.
Foi socorrida de imediato pelo povo do oriente, grande mestres e andarilhos do mundo astral… onde segue com sua caravana e seguidoras de sua entidade.
Pomba-gira cigana menina, gosta muito de trabalhar para o amor e sedução, pois como não teve tempo de conhecer o seu prometido quando vivia na terra, gosta de ajudar as pessoas para que tenham sorte no amor.
Tem muita simpatia por ambos os sexos e esta sempre dando mensagens de amor e carinho.
Suas médiuns são sempre mulheres jovens e bonitas.
Como antes do seu desencarne ela tinha cortado os cabelos por uma promessa de sua mãe a Santa Sara Khali, quase sempre seus cavalos escolhidos ou aparelhos… tem o cabelo comprido e sedoso onde ela passa o tempo todo a acariciar.
Adora receber presentes nas Campinas e estradas de chão, maquiagens e adornos são os preferidos, mais não esqueça das rosas vermelhas e do vinho branco suave, perfumes e velas vermelhas e cor-de-rosas.



O ponto

“La de baixo da mangueira quem canta é o sabiá..

la de baixo da mangueira quem canta é o sabiá!

Mais seu canto é tão formoso que resisto a acreditar…

credito ser a ciganinha porque seus guizos ouço a tocar ..

vem cantar nos meus ouvidos como o canto do sabiá,

vem cantar cigana menina a todo pranto vem cantar…

o assobiar desta bela jovem enfeitiça a quem escutar…

ela é a bela ciganinha.. que vem toda proza a prozear… “

Maria Mulambo das Sete Catacumbas e Maria Mulambo das Almas

Maria Mulambo das Sete Catacumbas e Maria Mulambo das Almas

A condessa Sophia estava novamente com problemas, por isso chamou a negra Calú. Da primeira vez em que ficara grávida fora do casamento seu socorro viera através da escrava conhecedora de ervas que expulsavam o feto como que por encanto. Desta vez o assunto era ainda mais sério, estava grávida de um negro, como explicar ao conde, louro de olhos azuis e pele alvíssima, um filho que, certamente, nasceria mulato? Calú entrou cabisbaixa nos aposentos da condessa e foi informada que deveria novamente proceder como há quatro meses. A escrava ficou boquiaberta: - Senhora, como deixou isso acontecer novamente em tão pouco tempo? É muito perigoso provocar sangramento quase seguido! - Foi calada por um violento tapa - Como ousa julgar os atos de sua senhora, negrinha vagabunda? Eu te chamei para fazer o seu serviço e é isso que deve fazer. Vá buscar as o que necessitas e volte imediatamente com tudo pronto ou mandarei te surrar até que morras! Desorientada pela agressão, Calú embrenhou-se na mata para procurar as ervas que conhecia tão bem. Seu rosto ainda queimava pela agressão e também pelo ódio que invadia seu coração. Ela que sempre fora fiel, facilitara os encontros clandestinos da condessa em várias ocasiões, e não foram poucas, causara-lhe o primeiro aborto e nem um obrigado tivera ainda tinha que apanhar? Vagabunda era ela, que se vestia com capricho, perfumava-se e fazia o papel da esposa perfeita ao lado do conde e ao menor afastamento deste, deitava-se em qualquer lugar com qualquer um. E depois ela é quem tinha que virar-se para dar um fim aos bastardinhos? Hoje iria a forra, seria o seu dia de vitória. Apanhou ervas que em nada serviriam para o aborto proposto. Fez uma mistura que após a infusão levaria a mulher à morte em pouco tempo. Aí sim ficaria contente, ver aquele poço de vaidade e devassidão morrendo lentamente pelas suas mãos. Entrou no quarto e a condessa encontrava-se deitada. - Já está pronto o remedinho minha querida? - Além de tudo era cínica - Sim senhora, preparei uma grande caneca e hoje mesmo estará livre do seu mal. - Ah que bom! Desculpe sim? Se perdi a paciência com você, mas não gosto que me ponham contra a parede. - Calú lançou-lhe um olhar furtivo - Não foi nada, já esqueci! Tome o chá e fique deitada. Em poucos minutos a mulher começou a sentir dores insuportáveis. - Calú esse não é o mesmo chá? Estou com dores horrorosas! - É assim mesmo, senhora, faz muito pouco tempo do outro acidente. Intimamente a escrava alegrava-se ao ver o sofrimento da condessa. - Calú, estou morrendo! - A negra subiu sobre a cama e falou: - Isso mesmo, condessinha vagabunda, estou livrando o mundo de uma podridão. Morra infeliz! A porta se abre e uma escrava ouve as últimas palavras, sai correndo e gritando pela enorme mansão: - A Calú está matando a condessa! Em poucos minutos o chefe da guarda, invade o quarto e vê a cena, a condessa morta sobre a cama e a escrava rindo histericamente ao lado. Um golpe certeiro de sua espada corta o pescoço da mulher, a cabeça de Calú cai sobre o corpo inerte de sua vitima. Depois de muito vagarem por tortuosos caminhos inferiores, os espíritos de ambas, encontraram-se em uma lei de esquerda. Na linha de Maria Mulambo, conseguiram o fio condutor de uma lenta e necessária evolução. Este é um dos raros casos em que dois espíritos ligados pelo ódio em terra, uniram-se para a evolução sob a mesma lei. Sophia hoje atende por Maria Mulambo das Sete Catacumbas e Calú, por Maria Mulambo das Almas. Laroiê as Pomba-giras!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Santos Cosme e Damião


Data de comemoração na igreja católica: 26 de setembro. Data de comemoração nos cultos afro-brasileiros: 27 de setembro. A falange de Ibejí, também chamados "crianças" é composta de meninos e meninas de todas as raças e idades. Em geral, as cores que os representam são o azul e o rosa, sendo que geralmente são conjugadas com o branco. Os Ibeji são chamados de Erê e, também, de Curumi. São Cosme e São Damião são os padroeiros das crianças, dos médicos e farmacêuticos. Também são sincretizados com os Ibeji São Crispin e Crispiniamo, cuja homenagem é realizada nos Terreiros de Umbanda no dia 25 de outubro.

São Cosme e Damião, os santos gêmeos, nasceram na Arábia, no século III, filhos de uma família nobre. Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Circunstancialmente entraram em contato com o Cristianismo, tornando-se fervorosos seguidores do cristianismo.

Confiando sempre no poder da oração e na confiança da providência divina usaram sua arte médica para curar os necessitados. Não cobravam por seus serviços médicos, e por esse motivo eram chamados de "anárgiros", ou seja, aqueles que "não são comprados por dinheiro". O seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã, o que bem faziam através da prática da medicina. Desta forma, conseguiram plantar em terra fértil a semente cristã em muitos corações, sendo numerosas as conversões.

Cosme e Damião viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. As atividades cristãs dos médicos gêmeos chamaram a atenção das autoridades locais da época, justamente quando o Imperador romano, Diocleciano, autoriza a perseguição aos cristãos, por volta do ano 300. Por pregarem o cristianismo em detrimento dos deuses pagãos, foram presos e levados a tribunal e acusados de se entregarem à prática de feitiçarias e de usar meios diabólicos para disfarçar as curas que realizavam. Ao serem questionados quanto as suas atividades, São Cosme e São Damião responderam: "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". Recusando-se adorar os deuses pagãos, apesar das ameaças de serem torturados, disseram ao governador que os seus deuses pagãos não tinham poder algum sobre eles, e que eles só adorariam o Deus Único, Criador do Céu e da Terra“!

Por não renunciarem aos princípios religiosos cristãos sofreram terríveis torturas; porém, elas foram inúteis contra os santos gêmeos, e, em 303, o Imperador decretou que fossem decapitados. Cosme e Damião foram martirizados no ano de 303, na Egéia. Seus restos mortais foram transportados para a cidade de Cira, na Síria, e depositados numa igreja a eles consagrada. No século VI uma parte das relíquias foi levada para Roma e depositada na igreja que adotou o nome dos santos. Outra parte dela foi guardada no altar-mor da igreja de São Miguel, em Munique, na Baviera. Os santos gêmeos são cultuados em toda a Europa, especialmente Itália, França, Espanha e Portugal. Em 1530, na cidade de Igaraçu, em Pernambuco, foi construída uma igreja em sua homenagem.

São Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos, e por causa da sua simplicidade e inocência também são invocados como protetores das crianças.

Como acontece com tantos outros santos, a vida dos santos gêmeos está mergulhada em lendas misturadas à história real. Segundo algumas fontes eles eram árabes e viveram na Silícia, às margens do Mediterrâneo, por volta do ano 283. Praticavam a medicina e curavam pessoas e animais, sem nunca cobrar nada.

O culto aos dois irmãos é muito antigo, havendo registros sobre eles desde o século 5, que relatam a existência, em certas igrejas, de um óleo santo, que lhes levava o nome, que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.

Aqui no Brasil, a devoção trazida pelos portugueses misturou-se com o culto aos orixás-meninos (Ibjis ou Erês) da tradição africana yoruba. São Cosme e São Damião, os santos mabaças ou gêmeos, são tão populares quanto Santo Antônio e São João. São amplamente festejados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde sua festa ganha a rua e adentra aos barracões de candomblé e terreiros de umbanda, no dia 27. No dia 27 as crianças saem às ruas para pedir doces e esmolas em nome dos santos e, as famílias aproveitam para fazer um grande almoço, servindo a comida típica da data: o chamado caruru dos meninos.

Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas e de Oxalá, o pai de toda a criação. Outras tradições atribuem a paternidade dos mabaças (gêmeos) a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês, chamados também carinhosamente de “crianças” é a mesma que é oferecida a Xangô, o senhor dos raios, o caruru. Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com idade de até sete (7) anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade. Junto com o caruru são servidas também as comidas de cada orixá, e enquanto as crianças se deliciam com a iguaria sagrada, à sua volta, os adultos cantam cânticos sagrados (oríns) aos orixás.

Oração a São Cosme e Damião

Ó Deus menino, que crescestes em sabedoria e graça com Maria e José. Pela intercessão de São Cosme e São Damião, abençoa os meus filhos, irmãos, parentes e vizinhos. (lembre o nome da criança que está precisando de orações)
Que o sangue destes Mártires, servos da Santíssima Trindade lave os meus pecados e purifique todo o meu ser.
Ajudai-me a crescer em solidariedade, compaixão e misericórdia para com o meu próximo mais próximo, a exemplo de São Cosme e Damião, Missionários e defensores da vida em plenitude.
Por Cristo Senhor Nosso.
Amém.

Oração a São Cosme e Damião

São Cosme e Damião, que por amor a Deus e ao próximo vos dedicastes à cura do corpo e da alma de vossos semelhantes, abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal.
Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças. Que a alegria da consciência tranqüila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Que a vossa proteção conserve meu coração simples e sincero, para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: "Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino do Céu".
São Cosme e Damião rogai por nós. Amém.

Pomba Gira

Pomba Gira

Pomba Gira são as entidades mais polêmicas que conheci em todos os meus anos de estudo e trabalho. Muito se diz sobre estas entidades: que foram mulheres da vida e que ao morrer se transformaram, que são espíritos demoníacos, que pervertem a sexualidade das pessoas, afastam casais, aproximam, enfim, todo tipo de adjetivos tem sido dada a essas grandes guerreiras do mundo astral. O que escrevo aqui sobre elas, é baseado nos meus anos de observação e convívio com a entidade, e obviamente poderá não ser a opinião de outros sacerdotes ou médiuns.


O conceito que formei sobre quem são elas é simples: são seres do mundo astral, guerreiras tanto quanto Exú, que estão bem próximas de nossa esfera humana, algumas já se reencarnaram e outras não. Cresci, convivendo na Umbanda e conhecendo de perto Maria Padilha, 7 Saias, Pomba Gira das Almas. Lembro-me que Maria Padilha tinha uma médium que a incorporava, e havia ganhado de presente de um cliente goiano uma enorme cobra. Quando referido senhor foi entregá-la, vi a entidade pegá-la, enrolar em todo o seu corpo e fazer com que ela bebesse da mesma champagne que estava bebendo. Todas as vezes que Maria Padilha vinha em terra, bastava abrir o viveiro e o réptil vinha ao encontro dela e ali permanecia em seu colo todo tempo de sua presença no médium. Tive oportunidade durante 8 anos de vê-la bem, assim como as outras que pertenciam a várias médiuns do terreiro, realizarem inúmeros trabalhos: ajudar a vencer obstáculos, a ser feliz no amor, vencer problemas de saúde de desarmonia conjugal, e muitas outras mazelas que as pessoas vinham trazer e buscar auxílio.

A Pomba-Gira se subdivide em uma enorme legião onde cada qual tem seu nome próprio, conforme sua área de atividade. Temos a linha das que pertencem às encruzilhadas como Pomba Gira Rainha das 7 Encruzilhadas, tendo a linha do cemitério liderada pela Pomba-Gira da Calunga, com sua legião. Temos a linha das ciganas, lideradas pela Pomba-Gira Cigana, a linha ligada aos locais ermos, sendo liderada pela Pomba-Gira, Maria Mulambo, entidade muito perigosa e poderosa nos casos de demanda, pois toda demanda entregue a ela dificilmente deixa de ter bom resultado. Com relação as suas manifestações nos médiuns, normalmente como mulheres, suas legiões podem adotar nomes femininos, como por exemplo: Pomba-Gira Rosa, mas pertencendo a esta ou aquela linha liderada pela chefe correspondente.

Não existem, conhecidos, filhos da entidade Pomba-Gira. Até alguns anos atrás se afirmava que ela não incorporava em filhos homens, mas hoje vemos muitos médiuns masculinos que incorporam alguma delas. É muito comentado que médiuns que as recebem acabam tendo suas vidas sexuais pervertidas, mas pela experiência do que assisti durante anos, essa perversão não existe, o que entra aqui em ação é o caráter do médium, que se aproveita do caráter sensual da entidade para expor seus recalques subconscientes. Não conheci nestes anos todos nenhuma mulher que desencaminhou sua moral por culpa de sua Pomba-Gira, por inúmeras vezes, cheguei a presenciar as Pombas Giras aconselhando suas médiuns no bom caminho e no respeito a seus companheiros. Nunca vi também nenhum homem se transformar sexualmente por culpa das entidades, o que vi ocorrer foram mudanças vir à tona, mas já existentes no caráter do médium.

Uma coisa é muito certa, todo e qualquer problema que colocamos nas mãos de qualquer uma delas tem solução. Sua força é guerreira, sua vibração magnética é carregada de sensualidade e alegria, tanto que sua chegada nos médiuns é sempre alegre, solta e sensual. Exú tem ligação com a força sexual criativa, e a Pomba Gira por sua vez com a circulação dessa energia criativa existente na vida e no Universo. Lamentavelmente sua reputação se tornou péssima devido a erros de incorporação dos próprios médiuns, que por falta de instrução de seus Babalorixas ou por deturpações pessoais as transformaram em seres com fama de depravadas, libidinosas e cruéis.

Suas oferendas são inúmeras, sempre acompanhadas de champagne, de boa qualidade, bons vinhos, bebidas fortes como o gim ou a pinga. A ela oferecemos charutos e cigarros de boa qualidade, flores vermelhas, sempre em numero impar, farofas de dendê, mel, de licor de anis (uma de suas bebidas preferidas), espelhos, enfeites, jóias, bijuterias de boa qualidade, anéis, batons, perfumes, enfim todo o aparato que toda mulher gosta e preza.

Seus locais para oferenda são variados, conforme expliquei acima, tudo depende de qual delas esta sendo chamada para seus pedidos. Suas cores predominantes são o preto e o vermelho, seus colares também, suas indumentárias as saias rodadas pretas e vermelhas, blusas de brocado e muitos enfeites.

O importante ao invocá-las é sempre lembrar que, são entidades complexas de personalidade forte, e que nunca perdoam uma falta de palavra dada. O importante também é não invocá-las para trazer prejuízo a outrem, porque elas farão com certeza, mas a dívida kármica adquirida ficará por conta de quem pediu.

Contam as lendas que podemos senti-las à noite pelas ruas, perfumadas e enfeitadas, percorrendo os caminhos dos seres humanos, os lugares ermos, os lugares movimentados, os locais onde tenham música e alegria.

Quanto ao seu aspecto sensual, faz parte de sua polaridade, não querendo significar com isso depravação ou perversão. Como disse atrás até hoje não conheci nenhuma mulher que tenha deixado de ser honesta por culpa de qualquer uma delas.

Se nossas amigas do invisível, quando encarnadas, foram mulheres honestas ou não, creio não ser de nossa competência avaliar isso, pois usando de uma frase vulgar, mas sabia, os caminhos de Deus são desconhecidos. O importante é que elas existem com certeza, e isto presenciei, assisti e convivi, e as tenho hoje como minhas lindas amigas guardiãs que me ajudam no meu trabalho auxiliando meu próximo.

A elas o meu respeito e minha admiração, por seu carinho em socorrer a nos seres aqui encarnados.

Extraido do link abaixo, mas resume bem o que penso:



http://guruweb.cidadeinternet.com.br/rel

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Yemanjá Ogunté

Yemanjá Ogunté

Origem: E o orixá do rio Ogum, que corre por Oyó e Abeokuta, vem do território de Nupe, perto de Bida;yemanjc3a12 também se diz que vem de Tapa, e associada com Abeokuta; Ibadán e de Shaki. E outros ainda dizem ser da terra de Mina (versão de Cuba).

Ogunté quer dizer aquela que contém Ogum é aquela que luta ao lado dele.

Características: Mãe da vida, e considerada como mãe de todos os orixás.

É dona das águas e representa o mar, fonte fundamental da vida. Vive perto das praias, no encontro das águas com as pedras sendo seu habitat as pedras ou arrecifes dos mares e rios, próximos de praia. Por isso se diz que “o santo nasce do mar”.

É considerada a quarta manifestação dessa divindade.

Apresenta-se jovem e muito guerreira , ardilosa e ambiciosa. É uma guerreira terrível que carrega, preso à cintura, um facão e outras armas de ferro confeccionadas por Ogum Alagbedé, seu marido.

Dizem que é rancorosa, severa e violenta, que não aceita pato em seus sacrifícios e adora carneiro. É indomável, mas justiceira. E de caráter violento, muito severa e não perdoa.

Vive com Ogum em campanhas de guerra e seu filho Ogunjá.

Seu nome completo é “Yemanjá Ogunte Ogunmasomi” e, entre os ararás é conhecida como Akadume. Seu nome não deve ser pronunciado por quem tenha ela assentada, sem antes tocar a terra com os dedos e leva-los aos lábios.

Também chamada de “Yemanjá Okuté ou Okuti” Lá do azul celeste, esta nos arrecifes da costa. “Porteira de Olokun”. O mesmo se acha no mar, no rio, no lago, e no mato.

“Esta Yemanjá trabalha muito”. E uma amazona terrível. O rato pertence a ela. Como envia mensagens a seus homens e pode trasformar-se em rato pra os visitar, ela teme o cachorro.

Vive dentro no mato virgem. É feiticeira, experta em preparar afoxé. (pós-mágicos, que se preparam com seivas de animais, pós-mágicos para o bem e para o mal).

Gosta de bailar com um majá enroscado nos braços.

Ferramentas: Trás na cintura um facão e todas as ferramentas de Ogum. É a única das Yemanjá que carrega uma espada.

Animais: Fala-se também, que Ogunte gosta que seus animais sejam castrados na hora do sacrifício. Come carneiro e todos os bichos machos, castrados na hora do sacrifício. Gosta de comer galo na companhia de Ogum. Não gosta do pato e sim do carneiro. Pomba, Galinha de Angola, Tartaruga, Galinha. Yemanjá Ogunté não come pato. Gosta que seus adimús sejam regados com muito mel. Come padê com Ogum.

Quizila: Sua maior quizila é a pata.

Cores: Veste-se de azul e branco ou azul-marinho com cristal ou verde com branco.

Fundamento: Come com seu filho Ogum Akoro nos campos e caminhos. Geralmente por ser do monte se assenta em pedra de ametista e não em pedra do mar. Em seu Igbá é colocado uma faca virgem, pó de ferro e folhas de louro.

Mitologia: Foi mulher de Babalúayé, de Aggayú, de Orula e de Ogum. É mais cultuada como esposa de Ogum Alagbedè, (deus dos ferreiros) mãe de Akoro.

Sincretismo: Está sincretizada com Nossa Senhora das Neves.

Pedras: São seus os corais e madrepérolas; ametista.

Flores: Flor da água, violeta, rosas brancas.

Perfume: Verbena.

Saudação: Seus filhos apóiam o corpo no chão do meio lado, sobre o braço do lado esquerdo e direito, e saúdam-na assim: Omí o Yemayá, Omí Lateo, Omí Yalodde.

YEMOJÁ OGUNTÉ


MAGÉ BALÚ DE YEMOJÁ OGUNTÉ

YEMANJÀ OGUNTÉ: é a quarta Yemanjá, Ogunté quer dizer aquela que contém Ogum. Esposa de Ogum Alagbedé, mãe de Ogum Akorô Onigbé, após a retirada de Ogum Alagbedé para a cidade de Ifé Irê tornou-se esposa de Oxaguiã, mãe de Ogunjá e Oxóssi Inle, tem ligação com Ogum, Oxaguiã, e Oxóssi, vive perto das praias no encontro das águas com as pedras, guardiã dos arrecifes, traz na cintura um facão e todas as ferramentas de Ogum, é a guerreira do castelo de Olokun (que é a grande ancestral mãe de todas as Yemanjá), porta a espada da morte o alfanje, por isso também tem o poder de ceifar a vida, só sai á noite, sendo considerada a Yemanjá da Noite, Senhora das Sete Estrelas, é considerada violenta e severa. Senhora das águas que ninguém segura, as águas violentas, que saem arrastando tudo, guerreira como Yansã, Dona do canto mais alto e profundo, diz à lenda que Ogunté chamava Ogum Alagbedé, com um canto agudo, que podia ser ouvido de qualquer parte.

COMIDAS > sua maior quizila é a pata, come carneiro e todos os bichos machos castrados na hora do sacrifício, come com seu filho Ogum nos campos e caminhos, e come as comidas de Yemanjá Yemowô.

VESTIMENTA > veste o azul, cristal, verde e branco, traz um abebê, mas esconde-o nas costas quando puxa a espada de guerra, usa capacete, peitaça, adê, escudo, adornos com seus tons de azul noite, verde e prateado, traz em seu adê as sete estrelas da noite.

sábado, 31 de julho de 2010

O ritual de feitura de iniciação ao sacerdócio no Candomblé recebe vários nomes; fazer o santo, fazer a cabeça, deitar para o santo, oba baxé ori ou simplesmente oro, que é sacrifício e consagração. A pessoa que se inicia no Candomblé torna – se adoxu, ou seja, passa a possui oxu, que é o canal de comunicação entre o iniciado e o seu orixá. Todo iniciado no Candomblé, toda pessoa “feita no santo” doneófito ao sacerdote é adoxu.
Feitura representa um renascimento; é o reconhecimento e a admissão do ori escolhido no orum. É o mesmo que entregar a cabeça (principio da individualidade) ao orixá (o deus maior de cada ser), permitindo que os deuses conduzam sua vida e seu destino. A feitura é um divisor de águas na vida será novo, inclusive o seu nome, pois todo iniciado recebe um ORUKÓ, ou seja, um nome dado por seu orixá e com o qual passa a ser chamado na comunidade de Candomblé.
A feitura de santo implica um período de reclusão geralmente de 21 dias. Nesse prazo serão realizados os ebós, as oferendas a Exu e aos ancestrais, o bori, todo aprendizado em relação a religião: as rezas, os cânticos, as danças etc., e por fim o oro, ritual no qual, na maioria das vezes, o filho-de-santo tem seus cabelos raspados e recebe oxu, o kelé, os Ikan, Mokan, os Delogum, o xaorô, o Ikodidé e passa pelo ritual de efun (no qual seu corpo é marcado por pintas de giz), que se repetirá pelos sete dias subseqüentes. O orixá do noviço é assentado e recebe o sacrifício de animais. O noviço, chamado de iaô (que é uma redução do nome iawórisà), é apresentado à comunidade sete dias de odoxu.
A festa em que iaô é apresentado à comunidade é popularmente conhecida como saída de iaô e reconstitui em suas três etapas fases da concepção e do nascimento. Sempre acompanhado de autoridade como Ia quequerê e a Ajibioná (a que conduz ao caminho do nascimento), o iaô vem receber as devidas homenagens. A esteira (enin) é estendida na porta principal do barracão para que o iaô faça sua reverência (adobá): primeiro saúda o mundo, no qual viverá os dias vindouros tendo como mentos o seu orixá; voltando – se para o centro do barracão, reverencia o Ari-axé, que simboliza a comunidade, a qual apoiará em todos os seus passos, a sua grande família; finalmente, prosta –se em frente aos atabaques, saudando as autoridades, todos os ijoyé do terreiro, com os quais muito aprenderá ao longo de seus sete anos de iniciação. A cada reverência o iaô “bate pão”, ou seja, palmas compassadas. Neste ritual é acompanhada por toda a comunidade, prova de que, a partir daquele momento jamais estará sozinho.
O momento mais esperado de saída de iaô, quando o orixá anuncia o nome da iniciação de seu filho. É a partir desse momento que começa a contar a vida co neófito na religião. É um momento de muita alegria, no qual a comunidade recebe um novo membro. É escolhido um integrante da comunidade ou um visitante ilustre para ser padrinho do iaô (babá-orumkó) e este pergunta:


- Orúku ti Íyòwó? (QUAL O SEU NOME IAÔ?)

Ele terá a grande honra de ser o primeiro a saber do novo filho-de-santo e depois pedir ao orixá que anuncie a todos. Então, girando em torno de si o orixá fala:

- Ode Kojá!!! (O CAÇADOR DESTEMIDO).

O babalorixa proclama:

- Ode Kojá, kú ilé! (Ode cojá seja bem vindo a essa casa).

A comunidade em torno do mais novo membro comemora feliz:

Wá iná, iná

Ki mi pa Odó

Odé Kojá, kú ilé

VENHA LUZ LUZ

QUE LOUVAMOS

TRAGAM O PILÃO

(símbolo da comunidade)

ODE KOJÁ, SEJA BEM VINDO

A ESTA CASA

Vale dizer que transe não é imprescindível para que uma pessoa seja iniciada como odoxu, pois, independentemente de se manifestar o orixá está em cada um de seu filho. Isso é muito importante, porque só os odoxu podem assumir determinadas funções sacerdotais, como os cargos de ialorixá ou babalorixa. Sendo assim, uma pessoa que tem em seu odu a missão sacerdotal, incorporando ou não o orixá, deve se iniciada como adoxu e nunca como ogã ou iquédi, que já são ijoyé natos e jamais poderão entrar em transe de orixá.

Como foi dito anteriormente, algumas pessoas não precisam ser raspadas ao se iniciarem. Esse é o caso principalmente das crianças que nasceram fadadas à morte, mas venceram o trágico destino (abiku). Existe uma graduação delas que considera as especificidades de seu nascimento. Por exemplo: as crianças que nasceram com pelos no pés, com o cordão umbilical em volta do pescoço, depois de vários abortos, que foram abandonados ao nascer ou cujo as mães morreram ao dar a luz – neste último caso, se abiku for indevidamente raspado pode levar o seu pai – de – santo ( ou seja, aquele que lhe deu a vida na religião) à morte. É evidente que todo natimorto é abiku.

Ao contrário do que se pode supor, a iniciação não se resume aos 21 dias de reclusão. Na verdade ela dura sete anos e neste período o iaô aprenderá muitas coisas e reforçará os seus votos nas obrigações de um ano e de três anos. A primeira comemora, “quando a criança começa a andar”: a segunda está relacionada ao cumprimento da metade do ciclo de iniciação. Findos sete anos, após realizar suas obrigações, o iaô passa à categoria de ebômi (egbomin), me está pronto para assumir funções sacerdotais dentro da comunidade ou formar seu próprio terreiro, tornando – se um babalórixa.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

para memorizar

TENHO SAÚDE E SOU FORTE
TENHO AMOR E MUITA SORTE
SOU FELIZ E INTELIGENTE
VIVO POSITIVAMENTE
TENHO PAZ E SOU UM SUCESSO
TENHO TUDO O QUE EU PEÇO
ACREDITO FIRMEMENTE
NO PODER DE MINHA MENTE
PORQUE É DEUS NO SUBCONSCIENTE

segunda-feira, 5 de julho de 2010

                                                   Prece para defumar a casa


Em nome de todos os orixás,defuma essa casa com as forças das falangens dos espiritos de luz,que fluidifiquem o nosso plano terrestre.
Nesse momento pesso a presença dos caboclos e as intidades da linha do mar,em nome de Iemanjá que leve para a profundeza dos oceanos,todo mal que existir nesta casa,nessas pessoas e nesse lugar.
Que Ogum sete ondas quebre as forças maléficas que por ventura existe sobre essas pessoas ou dessa casa.

                                           Salve as Ondinhas
                      Salve Tarimá
                      Salve Janaina



segunda-feira, 7 de junho de 2010

CALENDÁRIO DE UMBANDA

CALENDÁRIO DE UMBANDA


Janeiro

01 - Confraternização Universal   

 17 - Festa do Bonfim

20 - São Sebastião - Oxóssi


Fevereiro

 02 - N. S. dos Navegantes - Yemanjá

Abril


 23 - São Jorge - Ogum

Maio

13 - Pretos Velhos


Junho

11 - Pomba Gira


24 - São João


29 - São Pedro e São Paulo


Julho

 26 - N. S. Santana


Agosto

15 - N. S. da Glória

16 - S. Roque

24 - Toques para Exu


Setembro

27 - Cosme e Damião - Erês


29 - S. Miguel Arcanjo


30 - S. Jerônimo - Xangô


Outubro

28 - Festa dos Boiadeiros

Novembro

02 - Finados - Omulú - Exu


15 - Fundação da Umbanda (1908)


Dezembro

04 - Sta. Bárbara - Yansã


08 - Nsa Sra da Conceição - Oxum


23 - Chegadas dos Caboclos

25 - Natal - Oxalá


27 - S. Benedito e N. S. do Rosário

31 - Iemanjá (RJ)

terça-feira, 1 de junho de 2010

POMBA GIRA MARIA MULAMBO

Pomba Gira Maria Mulambo apresenta-se quase sempre muito bela, feminina, amável, deslumbrante, sedutora. Ela gosta das bebidas suaves como: Vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc. Pomba Gira Maria Mulambo gosta também: cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc.


Conta-se que a história de Maria Mulumbo que essa Pomba gira nasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus pai e mãe não eram Reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado. Maria Mulambo cresceu sempre bonita e delicada. Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não era. Maria Mulambo aos seus 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos.

Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse. Os anos se passavam e Maria Mulambo não engravidava. O reino precisava de um outro sucessor ao trono. Maria amargava a dor, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.

Parcialmente a isso tudo, a nossa Maria Mulambo era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e mais necessitados. Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor. O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria Mulambo declarada rainha daquele pequeno país.


Todo o povo adorava Maria Mulambo, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam Maria Mulambo por não poder engravidar. No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria Mulambo, que era tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse por cima. A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria. Bastava ele beber um pouquinho e Maria Mulambo sofria com suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés. Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade.Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu grande amor. Combinaram tudo. Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família. Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás.


O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu. Maria Mulambo agora não se vestia com luxo e riquezas,agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz. E engravidou. A notícia correu todo país e chegou aos ouvidos do rei. O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer. Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo. Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte mais funda do rio. O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde sófaltavam pular fora d’água. Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria Mulambo; e o encontrou.

Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com que Maria Mulambo foi jogada ao rio sumiram. Sua roupa era de rainha. Jóias cobriam seu corpo. Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimonia digna de uma rainha e cremaram seu corpo. O rei enlouqueceu. Seu amado nunca mais se casou,cultuando-a por toda a vida, à espera de poder encontrá-la de novo. À espera de poder reencontrar sua Maria. No dia em que ele morreu e reencontrou Maria Mulambo, o céu se fez do azul mais límpido e teve início a primavera.

Assim termina a Lenda de Maria Mulambo um pomba gira muito reverenciada.

comida para exú

Veja aqui como é fácil fazer uma oferenda, adimu, comida, agrado, oferecer a Exú.
 Primeiramente eu sempre falo e repito que se você tem alguém que possa lhe ensinar e orientar como fazer, não se envergonhe em pedir ajuda pois é melhor fazer certo do que ser em vão.


Padê para Exú

Ingredientes para a comida, agrado, adimu, oferenda de Exú:

- 01 pcte. de farinha de milho amarela

- 01 vidro de azeite de dendê

- 01 cebola grande

- 01 bife

- 03 charutos

- 01 caixas de fósforo

- 01 garrafa de aguardente

- 07 pimentas vermelhas

Modo de preparo: Em um alguidar coloque a farinha de milho e um pouco de dendê, com as mãos faça uma farofa bem fofa sempre mentalizando seu pedido. Corte a cebola em rodelas e refogue ligeiramente no dendê, faça o mesmo com o bife. Cubra o padê com as rodelas de cebola e no centro coloque o bife, enfeite com as sete pimentas.
 Ofereça a Exú o padê não esquecendo dos charutos e da aguardente.

terça-feira, 18 de maio de 2010

COMIDA DE SANTO


Comidas rituais são as comidas específicas de cada Orixá, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes, são chamadas comida de axé pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas.


Eis então algumas das principais comidas:

Acarajé – é a comida ritual do Orixá Iansã. O acarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.

Ado – é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum.

Amalá – é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá.

Axoxô – é comida ritual do Orixá Oxóssi, milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.

Deburu – é a comida ritual do Orixá Obaluaiyê , é o milho de pipoca estourado numa panela com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.

Ekuru – é uma comida ritual de diversos Orixás, a massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé , feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor.

Omolocum – comida ritual da Orixá Oxum , é feito com feijão-frade cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.

Abará – é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé . A preparação da massa é idêntica à do acarajé. Quando comida ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão e quando da culinária baiana coloca-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que pode ser moído junto com o feijão e depois colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o acaçá e deve ser cozido no vapor em banho-maria; é servido na própria folha.

Acaçá – é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana . Feito com milho branco ou milho vermelho, que após ficar de molho em água de um dia para o outro, deve ser moído num moinho formando uma massa que deverá ser cozida numa panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa não dissolve se pingada num copo com água. Ainda quente essa massa deve ser embrulhada em pequenas porções, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e cortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folha na palma da mão esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a primeira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar é de uma pirâmide rectangular.

Caruru – É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é colocado numa gamela.

Efó – é uma comida ritual e da culinária baiana , pode ser feita com a folha chamada língua de vaca ou com folha de mostarda. Preparação: Meio quilo de camarão seco, descascado. Pimenta-malagueta em pó. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um maço de língua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Primeiro, ferve-se a língua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tábua e bate-se bem com a faca, até ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a água. Cozinha-se no azeite-de-dendê puro, temperado com tudo o resto. A panela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nanã, rainha das águas doces, quando escolhe, pede um bom efó de língua-de-vaca.

Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubás basicamente subsistiam pela colheita do inhame (isu), milho (àgbado), feijão (ewa), quiabo (ilá) e mandioca (paki). São estes os elementos principais que encontramos até hoje nas comidas que são confeccionadas para os Orixás no Candomblé.

A comida é assim claramente também mais uma tradição que foi trazida de África pelos escravos e que foi mantida no culto do Candomblé.

A preocupação com o comer é uma constante na vida do ser humano, transformando-se, quase sempre, na sua ocupação principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colheita, boa caça, um bom trabalho, etc. fizeram também sempre parte das preocupações, e como forma de agradar aos Orixás a comida era “partilhada”, no sentido em que os Orixás também comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integração surge a força, a base para os pedidos, para agradecimentos – as comidas dos Orixás – ONGE BILE – as chamadas comidas secas.

São estas as comidas que são hoje em dia dadas em oferenda aos Orixás, fazendo parte de maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presença, a sua participação ou ajuda. Desde os simples Ebós e Oferendas até aos mais complexos rituais de Iniciação, a comida é sempre uma parte muito importante.

Os ingredientes que a compõem, a forma como é confeccionada, tudo tem o seu preceito próprio, e assim, uma determinada comida, que contém determinados elementos energéticos, é apropriada para este ou para aquele Orixá especificamente.

Entenda-se que o Orixá não come “fisicamente”, mas alimenta-se, isso sim, da energia e da vibração da comida que lhe é oferendada, porque esta integra determinados elementos que se coadunam com a sua própria energia, com o seu campo vibratório e características naturais

Ebós

Os Ebós são oferendas feitas para Orixás, Odús e outras divindades para diversas finalidades, sejam elas feitas para apaziguar algum problema, sejam feitas em forma de agradecimento de alguma graça atingida, por alcançar algum objectivo ou simplesmente como forma de agradar às divindades que se cultuam. O princípio do Candomblé baseia-se no Ebó, nas oferendas propiciatórias obtendo a redistribuição do Axé e mantendo o seu equilíbrio vital.


Abaixo seguem alguns Ebós que o poderão ajudar em algumas situações da sua vida, no entanto, sempre que possível, é preferível recorrer a alguém que tenha fundamento no Candomblé para os realizar de forma correcta.

BOA SORTE
____________________________________________________________________________________


Presente para Oxum Para acalmar a pessoa amada

5 batatas inglesas,

mel,

azeite doce,

açúcar mascavo,

2 velas.

Como Preparar:

Cozinhe as 5 batatas inglesas sem casca. Deixe esfriarem. Coloque um pouco de mel, azeite doce e açúcar mascavo em um prato de louça, vá amassando as batatas com as mãos e misturando tudo. Faça isso pensando na pessoa amada. Dê um formato de coração à massa. Acenda 2 velas amarelas de 30 cm ao lado. Ofereça a Oxum Aparà.

Ebó Para Iansã - Oyá Onirá

Material Necessário:

1 Abóbora moranga,

4 Búzios abertos,

4 Noz moscada,

4 Moedas, 4 Acarajés,

4 Metros de fitas vermelha / Branca,
1 Saco de pano.


Modo de Fazer:

Fazer um buraco na abóbora, colocar o resto das coisas, depois de passadas no corpo. Tapar a abóbora, amarrar com fitas. Entregar a OYÁ ONIRA no alto de um morro, às 18:00 ou 24:00 horas, acender e pedir tudo de bom.



Ebó Para Resolver Problemas Difíceis

Material Necessário:

2 Acaçás Brancos,

2 Ovos Brancos,

2 Quiabos,

2 Moedas,

2 Conchas,

1 Oberó

Maneira de Fazer:

Passa-se tudo no corpo e coloca-se num Oberó, colocar bastante mel e arriar numa praça e pedir a MEGE ou MEGIOKO que traga tudo de bom eem dobro. Este Ebó tem que ser feito com 2 pessoas, acompanhadas de duas crianças.Nota: Este Ebó só pode ser feito nas terças-feiras.



Para atrair Sorte para a sua Residência ou Comércio:

1 Taça de Vidro

8 Moedas de qualquer Valor

Mel

1 Ovo Cru

Água

Coloque dentro da taça as moedas, regue com bastante mel. Abra o ovo e coloque só a gema sobre o mel, encha o restante da taça com água. Coloque num local bem alto dentro de casa ou no estabelecimento e peça muita fartura e prosperidade. Ao fim de 3 dias, despache no lixo comum.

Para conseguir um bom emprego:

Farofa com dendê;

Ferradura;

7 moedas antigas;

1 cravo vermelho;

1 vela vermelha e verde.

Forre uma bandeja com a farofa (feita com farinha de mandioca e azeite de dendê). Coloque em cima da farofa os restantes objectos e os seus pedidos escritos num papel. Entregue numa mata, para Ogum.


Ebó de Oxum para Prosperidade


Numa tigela de vidro coloque os ingredientes, obedecendo a ordem a seguir:

- 08 Moedas;

- 01 Punhado de Farinha de Milho;

- Mel;

- Água até a proximidade da borda da tigela;

- Perfume;

- Pétalas de Flores Amarelas.

Deixe em sua casa ou no local de trabalho durante 07 dias. Despache num verde, reaproveite as moedas e a tigela de vidro. Peça á Oxum properidade e fartura.


Para Afastar Pessoas Indesejáveis

Torre numa panela velha os seguintes ingredientes:

- 07 Grãos de Milho;

- 07 Grãos de Feijão;

- 07 Grãos de Amendoim:

- 03 Pimentas;

Os nomes das pessoas indesejáveis escritos num papel. Chame pelas pessoas enquanto mexe na panela. Depois de torrado, triture até se transformar em pó. Assopre numa encruzilhada mandando as pessoas para longe de sua vida.


 
Banhos

Banho de 7 Ervas Contra Inveja e Mau Olhado:

Faça um banho morno com as seguintes ervas:

Arruda

Alecrim

Levante

Guiné

Boldo

Folhas de pitangueira

Espada de São Jorge.

Tome o banho do pescoço para baixo, de preferência antes de dormir.Despache num espaço verde, e reaproveite as moedas e a tigela de vidro.



Ebó para o Amor

Material:

- 07 Maçãs vermelhas

- 07 Botões de Rosas vermelhas

- 07 Velas Vermelha e Branca

- 04 galhos de pitangueira

- Mel

- 07 Papéis com os nomes escritos

Coloque os nomes em cada maçã. Forme um círculo de maçãs numa bandeja. Ponha as velas e os galhos de pitangueira por fora do círculo de maçãs. Despeje mel por cima. Despache no mato acendendo as velas e fazendo seus pedidos e oferecendo á Yansã.



Padê para Exú
Ingredientes:

- 01 pcte. de farinha de milho amarela

- 01 vidro de azeite de dendê

- 01 cebola grande

- 01 bife

- 03 charutos

- 01 caixas de fósforo

- 01 garrafa de aguardente

- 07 pimentas vermelhas

Modo de preparo: Em um alguidar coloque a farinha de milho e um pouco de dendê, com as mãos faça uma farofa bem fofa sempre mentalizando seu pedido. Corte a cebola em rodelas e refogue ligeiramente no dendê, faça o mesmo com o bife. Cubra o padê com as rodelas de cebola e no centro coloque o bife, enfeite com as sete pimentas. Ofereça a Exú o padê não esquecendo dos charutos e da aguardente



Manjar para Yemanjá

Ingredientes:

- 250g. de creme de arroz

- 01 pescada inteira

- azeite de oliva

Modo de preparo: Faça um mingau com o creme de arroz e água e uma pitada de sal. Limpe a pescada e asse-a na oliva. Coloque o mingau numa travessa de louça deixe esfriar e coloque a pescada assada sobre o manjar com oliva.

Oferenda para Obaluaie / Omulu

Material;Milho de pipoca

Areia da Praia

1 alguidar

1 vela branca

Modo de fazer

Este é o prato mais comum oferecido ao Orixá Obaluaiê,ou Omulu

Colque a areia da praia em uma panela e deixe esquentar,depois de quente coloque o milho de pipoca para estourar nessa areia.Quando estiver estourado coloque a pipoca no aguidar e esta pronto,Faça seu pedido e deixe por 3 dias ,no Ronco(quarto de Santo)ou em sua casa num lugar alto acima de sua cabeça.

OBS:Se for caso de Saúde,depois de pronto passe essa pipoca no corpo da pessoa e va depositando as pipocas no alguidar,deixe que a pessoa fique de repouso e va despachar em um cruzeiro ou na mata,fazendo o pedido ao orixá .

quarta-feira, 12 de maio de 2010

pretos velhos

Quem são eles?


Preto-velho na Umbanda, são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".

Forma de trabalho.

A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.

CARACTERISTICAS:

Irradiação

Todos os Pretos-Velhos vem na linha das Almas, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente.

Fios de Contas (Guias)

Muitos dos Pretos-Velhos Gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda.

Roupas

Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Pretas-Velhas às vezes usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Pretos-Velhos às vezes usam chapéude palha.

Bebida

Café preto, vinho tinto, vinho moscatel, cachaça com mel (às vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).

Sua data.

Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura.

Pontos cantados.

Congo, Rei Congo
Cadê preto-velho ?
Vamos trabalhar na linha de Congo
Arrio na linha de Congo
é de Congo, é de Congo aruêe
Arrio na linha de Congo
Agora que eu quero ver
Salve Congo
Salve Rei Congo
Salve os filhos de Iansã
Salve São Jorge gerreiro
Salve São Sebastião...

Os pontos servem para saudar a presença das entidades, diferentemente do que geralmente se pensa, não foram feitos para chamar, mas sim para agradecer a presença, como um "Olá".

Falange de Preto Velho.

1 – Falange da Costa (Rei Cambinda)

2 – Falange de Congo (Rei Congo)

3 – Falange de Angola – (Pai Joaquim)

4 – Falange de Guiné (Pai Guiné)

5 – Falange de Moçambique (Pai Gerônimo)

6 – Falange de Luanda (Povo Oriente – Pai José)

7 – Falange de Bengala (Povo do Espaço – Pai Tomé)


Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram:

• Congo_ Ex: (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;

• Aruanda_ Ex: (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu);

• D´Angola_ Ex: (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;

• Matas_ Ex: (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;

• Calunga, Cemitério ou das Almas_ Ex: (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;

Entre diversas outras nominações tais como: _Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc...

Muitos Pretos Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Pretos Velhos.

Sua vibração de Orixá.

PRETO-VELHO DE OGUM

São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes. São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas característica pois Ogum característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.


PRETO-VELHO DE OXUM

São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é "chocar" e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado. São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mais é necessário para a evolução daquela pessoa.


PRETO-VELHO DE XANGÔ

São raros de ver, contudo devemos também conhece-los.

Sua incorporação é rápida como as de Ogum. Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais. Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.


PRETO-VELHO DE IANSÃ

São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas. Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá. Esses Preto-velhos retribuem ao médium principalmente a defesa, são rápidos na ajuda. Se cobram a honestidade do seu médium no momento da consulta, não admitem que desconfiem dele (médium). Mesmo assim eles também possuem uma especialidade. Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual. Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.


PRETO-VELHO DE OXOSSI

São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas. Esses Preto-velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo. Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastos, banhos e compressas, defumadores, chás, etc... São verdadeiros químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior "químico" - Oxossi.

PRETO-VELHO DE NANÃ

São raros, assim como os filhos desse Orixá.

Sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada. Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.

Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes, mesmo para médiuns homens. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça com seu médium. Costumam se afastar dos médiuns que consideram de "moral fraca". Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada. É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.

São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso carma, pois isso sem dúvida é a sua função. Atuam também como os de Inhasã e Omulú, conduzindo Eguns.


PRETO-VELHO DE OBALUAÊ


São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros. Agarram-se a seus "filhos" com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar. Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Preto-velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Obaluaê, e este é o "dono das almas", esses Preto-velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. Sua "visão" é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo de tudo que lhe for pedido, apenas confiando nesses Preto-velhos. Quando o filho não faz isso, costumam tirar o que já lhe deu, para que o mesmo repense a importância desse Preto-velho em sua vida.
Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.

Não trabalham para saúde (essa função é do Erê de Obaluaê). Salvo se essa doença for proveniente de "trabalhos feitos - macumba".

PRETO-VELHO DE YEMANJÁ

São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade.
Sua fala é doce e meiga. Possuem a paciência das mães e a compreensão também. Cobram pouco de seus médiuns, apenas que eles cumpram a caridade sempre por amor nunca por obrigação. Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares. Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as pessoas que desejam engravidar. Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes. Cobram dos seus médiuns que lutem para ter um casamento feliz e sólido, pois para eles só assim poderão ajudar a outras pessoas nesse sentido, já que seu médium já vive essa realidade.

PRETO-VELHO DE OXALÁ

São bastante lentos na forma de incorporare tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos. Raramente dão consulta, sua maior especialidade é o passe de energização. Cobram também bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, assiduidade no terreiro e vaidade.