segunda-feira, 30 de maio de 2011

Obaluaiê / Omulu

                                          



  De acordo com a mitologia africana,Omulu,também chamado de Xapanã,Kanjanjá e Kaviungo,no ritual angola,é Rei do Mundo e Filho do Senhor.Diz-se que é filho de Nanã,oriundos do Mahi,e que como divindades teriam sido incorporados ao culto yorubá.
  Conforme a lenda, Obaluaiê (ou Omolu) teria levado seus guerreiros aos quatro cantos da Terra; as feridas de suas flechas tornavam as pessoas cegas,surdas ou mancas.Quando ele chegou na região do Daomé,um Babalaô ensinou ao povo a forma de acalmar a fúria de Omulu,fazendo-lhe oferendas da pipocas.
  Sensibilizado pelas atenções recebidas, Obaluaiê mandou construir um palácio, passando a viver naquele país, o qual prosperou e passou a viver em paz.Os filhos de Obaluaiê tem o dom de curar, revelando-se grandes médicos.As cores deste orixá são o preto e o branco; seu dia é a segunda-feira;seus metais são o zinco e o estanho; suas pedras,o ônix e o olho-de-gato; seus perfumes, a verbena, o sândalo e o benjoim (que devem ser usados alternadamente às segundas-feiras.
  Outros pesquisadores falam das oferendas, ensinando como prepará-las e onde entregá-las.Sugerem o seguinte?

-pipocas feitas em casa,estouradas no dendê;
-1 alguidar ou prato de barro;
-7 velas bicolores(preta e branca ou preta e vermelha);
-1 litro de vinho branco;
-1 vidro de mel de abelhas;
-1 pedaço de pano branco;
-1 vela branca;
-fitas amarelas e pretas

  No cruzeiro das almas ou num cemitério,ou até mesmo em uma igreja, acenda uma vela branca para as almas.Forre com o pano branco o lugar onde deverá arriar a oferenda.Acenda as 7 velas de duas cores.Tome um punhado de pipocas com a mão direita e passe pelo corpo, desde o topo da cabeça até os pés,recolocando-as no prato.
  Acenda as velas e coloque no centro o prato de pipocas (que leva o nome de Doburu). Abra o litro de vinho,derrame um pouco no chão e deixe-o ao lado do prato ,que deverá ser regado com o mel.Faça um laço com as fitas e coloque sobre o prato de pipocas.
  Arriada a oferenda, faça uma prece em voz baixa, invocando o Orixá. Cante o ponto e saia de costa, de modo algum olhando para trás.
  Esta oferenda é feita, normalmente, quando se deseja pedir melhora de saúde. Ou ainda, quando se é filho deste Orixá, que é grande protetor quando bem tratado com a oferenda que mais aprecia.


____________________________________
  Ponto de Omulu; 
                        
Quem vê um velho no caminho
peça a bênção
Quem vê um velho no caminho
peça a bênção
O velho Omulu
Atotô  Obaluaiê
O velho Omulu
Atotô  Obaluaiê
Atotô Obaluaiê
Atotô Obaluaiê,Atotô Babá
Atotô Obaluaiê,Atotô é um Orixá
___________________________________ 



  No candomblé, Omulu representa a terra, tanto o solo como as camadas mais profundas. É o médico dos pobres, o Orixá da endemia,a entidade da varíola, da peste e das chagas.Mora nos cemitérios e controla as almas.
  No sincretismo religioso, ao ser chamado de Obaluaiê, é considerado São Roque e São Lázaro. Com o nome de Omulu, é sincretizado como São Sebastião e Santo Isidoro.
  Protetor dos animais, seu animal abençoado é o cachorro. Tem como seu  escravo o poderoso Exú caveira,
considerado o príncipe dos cemitérios.
  Omulu dança nos candomblés cobertos com um Filá (capuz) de palha-da-costa, levando nas mãos o xarará (feixe de palha-da-costa,búzios e contas). Este xarará representa a vassoura ritual , com o qual Omulu varre todas as doenças. Encontramos,ainda,na indumentária de Omulu, as guias (colares ou fios de contas) confeccionados com búzios, palha-da-costa trançada e laquidibá (rodelas de chifre de búfalo ou de boi).

_______________________________
Orô de Omulu

 "Oladê un badê 
  Oladê un badê
    Ayê ayê ayê
  Oladê un badê"

 "Sumbu e e sumu muzãnge
  Sumbu e e sumu muzãnge
 Sumbu de se te kwen dadile
  Koma joke fite nkitako
 Majo kefi te kwen da"

______________________________

  A nação Ketu saúda Omulu como: Atotô ou Ajuberô.
  A origem de Omulu é duvidosa.Algumas lendas afirmam ser Yemanjá sua mãe legítima; enquanto que outras lendas dizem ser ele o segundo filho do casamento de Nanã buruku com oxalá. A segunda versão é a mais aceita pelo povo afro-brasileiro.
  As festas em homenagem a Omulu são conhecidas por Obaluaxê,Olubazé ou Olubajé.
  O peji de Omulu deve ser regado com bastante sangue em uma cerimônia reverenciada também a Oxumarê e Nanã buruku.O sangue colocado nos pejis  é proveniente de um bode e vários galos, mortos pelo zelador do peji.
  Todas as festas reverenciadas a Omulu são realizadas em cabanas confeccionadas com folhas de dendezeiro. A cabana deve ser construída em frente ao peji.Quando a festa se dá por encerrada,os filhos de Omulu cantam:
____________________________

" Olubajé ajé umbó
   Olubajé ajé umbó
   Ara ê ajé umbó
  Olubajé ajé umbó"

Outros cantos;

"Casinha branca, casinha branca,
               Que eu mandei fazer
 Para oferecer ao meu pai Omulu
             Atotô Obaluaiê
 Salve minha mãe Oxum 
    Salve Nanã Buruque
      Seu atotô Obaluaiê"


"Se encontrar com o velho no caminho
             Toma benção
 Deus te abençoe
 Deu te abençoe
 Deus te abençoe
 Obaluaiê Obaluaiê
 Deus te abençoe"
_____________________________


Uma lenda

" Conta a lenda que Obaluaiê é filho de Nanã e Oxalá, tendo sido concebido após Nanã seduzir Oxalá,usando ela de artifícios, e embriagando-o.Mas Oxalá lhe era interditado, por ser o marido de Yemanjá, e o ato de Nanã transgrediu uma lei da natureza, o que a levou a dar à luz um menino feio, mal formado, com o corpo por varíola.
  Nanã não agüentou olhá-lo, e o lançou à beira-mar para que a maré cheia o levasse. Caranguejos e peixes
morderam seu corpo, que ficou bastante deformado.Yemanjá o encontrou quase morto e, ficando com pena, dele cuidou até que ficasse totalmente curado.Mas Obaluaiê ficou com o corpo repleto de cicatrizes, as quais eram tão feias que o deixavam com vergonha.Assim,Obaluaiê nunca participava de nada, ficando sempre à espreita, envergonhado com a própria feiura.Então, lhe confeccionaram uma roupa de mariwo ( espécie de fibra de palmeira) que lhe cobria todo o corpo. Somente as pernas e os braços de Obaluaiê, que não foram tão atingidos, ficavam à mostra.
  E assim cresceu Obaluaiê, coberto de palhas,taciturno, compenetrado e, por vezes, mal-humorado.Aprendeu com Oxalá e Yemanjá a curar suas doenças e outras moléstias graves.
  Obaluaiê, certa vez, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas da aldeia por onde estava passando que lhe dessem um pouco de comida e água.Mas as pessoas se assustaram com sua figura coberta de palhas e o expulsaram da aldeia.
  Ele continuou pelos arredores da aldeia,triste e angustiado, a observar as pessoas.
  E os dias foram esquentando, as plantações queimando, as crianças ficando cheias de varíola, os homens adoecendo, e as mulheres ficaram estéreis.Os moradores, acreditando que o "homem das palhas" havia amaldiçoado a aldeia, imploraram-lhe o perdão, pedindo-lhe que voltasse à aldeia.
  Ainda com fome e sede, Obaluaiê retornou à aldeia, pisando a terra seca, o todo o mal existente acabou.Então as pessoas lhe deram de beber e o alimentaram .Nesse momento, Obaluaiê disse às pessoas que jamais negassem água e alimento a quem quer que fosse, independente de sua aparência. E foi embora.
  Ao retornar à terra natal, encontrou uma grande festa dos orixás. Como achou pouco conveniente entrar numa festa com suas vestimentas, ficou a observar pelas frestas da casa.
  Iansã, a deusa dos ventos,aproximou-se de Obaluaiê; neste momento, formou-se um turbilhão e o vento levou a palha, revelando um rapaz muito bonito,forte,cheio de energia. E os dois dançara a noite toda.Desde então os dois orixás vivem juntos, unidos contra o poder da morte,das doenças e dos espíritos das mortos, a evitar que desgraças aconteçam aos homens."




Copiado da revista dos Orixás nº5


Nenhum comentário: